(VISÃO DO HORIZONTE)
Para quem não me conhece, meu nome é Bruno, tenho 31 anos e sou de Santos, litoral de São Paulo. Nasci prematuro de 6 meses, tenho paralisia cerebral com paraplegia. No meu caso atingiu a coordenação motora fina e hoje em dia, eu só não ando, porém ando com ajuda, segurando pela mão, consigo trocar uns passinhos.
Essa minha condição física necessita de alguns cuidados básicos tais como ajuda nas refeições (servir e cortar a comida) e vestimenta da parte inferior da roupa e calçar os sapatos.
Mas sabe quando que eu sinto mais falta das pernas? Para ir ao banheiro. Aí eu vejo que tenho uma uma deficiência que independe da minha condição intelectual preservada (graças a Deus). A mulher que me quiser de verdade terá de me auxiliar nessas atividades, além da preservação da minha integridade física por meio de suporte físico, social e emocional para que eu tenha condições de desenvolver uma vida ativa diante da sociedade e dentro daquilo que a minha condição física me permita fazer.
Uma dúvida que eu sempre respondo, com naturalidade, pois a curiosidade é natural do ser humano é em relação ao sexo.
Sempre digo que só não ando, o resto funciona normalmente.
Sou para-atleta jogador de bocha adaptada há 5 ou 6 anos. Sempre tive um espírito muito competitivo na bocha onde eu encontrei meu lugar, pois esporte é uma das portas de entrada das pessoas com deficiência para a sociedade. ⚪🔴🔵 
Além disso, sou militante social em defesa dos direitos da pessoa com deficiência. Essa militância é feita através do blog cidadão cadeirante - visão do horizonte - que completa 10 anos em abril. Foram diversas trocas de ideias com vocês sobre política, esporte, ciência, fé, cidadania e direitos da pessoa com deficiência. Mas até de amor de pessoas com e sem deficiência eu falei porque apesar da minha condição física, eu acredito no amor. Tento demonstrar que a felicidade pode ser um pouco improvável mas, nunca impossível pois encontrar alguém que me queira de verdade e me veja como um homem solteiro. Isso significaria que se aparecer alguém que me aceite do jeito que eu sou de verdade, alguém de personalidade forte para falar a verdade e ser sincera, sempre.
A cadeira de rodas, bengala, muletas ou seja lá o que for são somente uma forma de locomoção da gente. Sabe aquela tese que diz que a pessoa com deficiência deve tentar viver uma vida normal ou quase normal, dentro das nossas características físicas, de cada um de nós é superação?? Superação não existe, o que existe é a capacidade de adaptação e a tentativa de ter uma vida ativa em todos os sentidos. ♿
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